The Hurt Locker

http://www.imdb.com/title/tt0887912/

São poucos os filmes que ficam na memória, a maior parte deles desaparece poucas horas após o seu visionamento. Assim no último ano, de repente e recorrendo apenas à minha memória, ficou-me alguma coisa de Gran Torino, talvez o The Wrestler, e agora este. Não só é o melhor filme de guerra dos últimos tempos, como um dos melhores de todos os tempos (e arrisco meter aqui, sem contar com os clássicos, o Saving Private Ryan, Black Hawk Down e sobretudo Letters from Iwo Jima, uma das obras primas de Eastwood), e provavelmente o melhor filme do ano. E realizado por uma mulher. Espantoso, está tudo lá, mais que a guerra. E dei por mim, durante o filme, a remeter para Le grand bleu, naquela espécie de egoísmo inexplicável, de quem tem um filho acabado de nascer, que tantos desejam mas não alcançam, e não quer saber, pois há algo mais, que aqui se explica com uma necessidade, um vício, que está sempre associado a um death wish, excepto talvez o sexo. Aqui também se desconstrói aquele já enjoativo argumento de coitados de nós que não sabíamos ao que vínhamos e agora estamos com a mente fodida. Só tinha visto Clint Eastwood fazer algo semelhante. Excelente a cena do supermercado, onde se mostra: que raio ando eu aqui a fazer; vou fazer aquilo que sei fazer melhor, a única coisa que gosto, e da qual dependo. 5/5